Pedido antigo
Pelo avanço nas obras de duplicação da BR-116
Mobilização de representantes políticos e empresários é pela conclusão e a liberação de trechos mais avançados da estrada para tráfego
Fotos: Paulo Rossi
O ritmo lento e as incertezas que rondam as obras de duplicação da BR-116, no trecho entre Pelotas e Guaíba, são motivos de preocupação para lideranças políticas e empresariais da Metade Sul pelos impactos ao desenvolvimento da região e os riscos para a segurança de quem trafega pela estrada. Hoje, cinco dos nove lotes já avançaram mais de 50% e três passam de 70%, enquanto outros estão parados devido à falta de recursos. São nestes pontos que os esforços da Frente Parlamentar em Defesa da Conclusão da Duplicação estão concentrados. A ideia é centralizar a verba restante para estes trechos e concluir a intervenção, que em alguns casos diz respeito à aplicação da camada final de asfalto e à sinalização. A mobilização já está articulada e tem buscado dialogar tanto com a bancada gaúcha, como em Brasília.
A reportagem do Diário Popular esteve em dois destes lotes: o oito, que está em andamento e hoje alcança o percentual de conclusão de 74,16%, e o nove, paralisado em 70,96%, ambos instalados entre Pelotas e São Lourenço do Sul. Ao percorrer o trecho é possível observar uma grande irregularidade no avanço das obras. Há pontos onde se identifica apenas a primeira etapa, com a colocação de brita, poucos metros à frente se vê a aplicação de diversas camadas de asfalto e também pontos onde existe apenas terra. Nas proximidades de Pelotas é onde estão os trechos que se mantêm mais regulares e próximos a Turuçu os mais avançados.
Para o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Conclusão da Duplicação, o deputado estadual Zé Nunes (PT), estes pontos devem ser priorizados. "Qualquer 15 ou 20 quilômetros que conseguirmos liberar aqui e ali é muito positivo e já traz benefícios, mesmo que a obra completa demore a ser concluída", acredita. O olhar é também para com a segurança no trânsito. Trechos mais problemáticos também fazem parte do pedido da Frente, para que sejam priorizados e assim que possível liberados. O grupo, reunido em Brasília recentemente, busca uma suplementação orçamentária para o próximo ano que possa oferecer perspectiva à obra. De acordo com Zé Nunes, hoje teriam cerca de R$ 70 milhões para andamento das atividades, quando para que fosse alcançado um ritmo normal e desejável seriam necessários cerca de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões. Está aí a necessidade, segundo o deputado, de concentrar o recurso limitado e já poder oferecer algum retorno para a população. O maior entrave tem sido a falta de apoio da bancada gaúcha, já que alguns parlamentares optaram por priorizar a obra da ponte do Guaíba e não a duplicação.
O chefe do Núcleo de Policiamento da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Pelotas (PRF), Fabiano Goia, também é favorável à ideia. Porém, ressalta ser de extrema importância que o trecho esteja de fato concluído e não liberado na fase que se encontra hoje, em função dos riscos que poderiam gerar aos condutores. "Em alguns pontos, quem passa pode acreditar que está pronto, faltando apenas sinalização, mas há diversas fases e etapas necessárias ao processo e que precisam ser concluídas para que então ocorra a liberação", reforça. Para Goia, a proposta da Frente é interessante e pode trazer diversos pontos positivos, principalmente na redução do número de acidentes, que tem como causa disparada a ultrapassagem proibida.
A Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - Dnit/RS, informou, através de sua assessoria, que hoje não há previsão de liberação ao tráfego ao longo da trecho em duplicação, tampouco comentou a possibilidade levantada pela Frente. Desde o início das obras já foram investidos R$ 880 milhões.
A passos lentos
As obras na BR-116 iniciaram em 2012 e estavam previstas para terem sido concluídas ainda em 2015. Ao longo dos últimos anos passou a enfrentar uma série de dificuldades, como problemas com as construtoras e atrasos no repasse de recursos por parte do governo federal, que alongaram o prazo e fazem com que a intervenção entre em mais um ano sem perspectiva de finalização. Neste ano, somente R$ 20 milhões foram liberados pelo governo federal e, até o momento, se trabalha com uma expectativa de R$ 50 milhões para 2017. Atualmente, as obras estão em andamento com verbas de anos anteriores.
A paralisação da duplicação é hoje, segundo a PRF, a responsável pela maioria dos acidentes nos trechos. A situação também preocupa devido à deterioração do material utilizado, em função da erosão, que oferece riscos aos motoristas.
Audiência
Nesta quinta-feira, às 17h, a Frente Parlamentar em Defesa da Conclusão da Duplicação da BR-116 da Assembleia Legislativa realiza em Camaquã encontro para debater o assunto. A audiência será realizada no auditório da Secretaria Municipal de Educação (rua Duque de Caxias, 136). O evento também conta com a organização da Frente Parlamentar de Acompanhamento das Obras da Duplicação da BR-116 do Município de Camaquã.
As obras
Lote 1: km 300,54 ao km 325
Situação: em andamento
Percentual de conclusão: 61,94%
Lote 2: km 325 ao km 351,34
Situação: paralisado
Percentual de conclusão: 70,51%
Lote 3: km 351,34 ao km 373,22
Situação: paralisado
Percentual de conclusão: 63,28%
Lote 4: km 373,22 ao km 397,20
Situação: em andamento
Percentual de conclusão: 39,94%
Lote 5: km 397,20 ao km 422,30
Situação: paralisado
Percentual de conclusão: 45,57%
Lote 6: km 422,30 ao km 448,50
Situação: paralisado
Percentual de conclusão: 46,12%
Lote 7: km 448,50 ao km 470,10
Situação: em andamento
Percentual de conclusão: 44,43%
Lote 8: km 470,10 ao km 489,00
Situação: em andamento
Percentual de conclusão: 74,16%
Lote 9: km 489 ao km 511,76
Situação: paralisado
Percentual de conclusão: 70,96%
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